Nos últimos anos, a organização constatou elevado índice de ausências nas datas agendadas para a realização do exame.
Em março a Américas Amiga iniciou uma campanha nacional com o objetivo de conscientizar as mulheres sobre a importância de comparecerem e realizarem a mamografia agendada. Isso porque, nesses cinco anos de atuação, a ONG percebeu que cerca de 30% das mulheres faltam no exame previamente agendado. Por meio de faixas e cartazes fixados ao redor e dentro das instituições de saúde, a instituição pretende conscientizá-las e reverter o quadro de faltas, que tem sido comum nos hospitais beneficiados s pela ONG. Em Pernambuco são eles: Hospital Barão de Lucena, em Recife e APAMI, em Petrolina.
A mamografia é o exame radiológico das mamas, feito com uma baixa dose de radiação, quase desprezível, para produzir imagens que forneçam informações sobre o interior da glândula mamária e das axilas. É o principal exame capaz de diagnosticar o câncer de mama em estágio inicial, quando há 95% de chance de cura. É por isso que realizar esse exame anualmente, além dos exames clínicos, quando se está na faixa etária correta – a partir dos 40 anos - se torna tão importante para combater a doença, pois o câncer de mama é uma das doenças que mais matam as mulheres no Brasil e no mundo.
E é para possibilitar esse acesso que a Américas Amigas tem promovido, há cinco anos, a doação de equipamentos a instituições de saúde participantes do Programa Américas Amigas de Doação de Mamógrafos e Equipamentos Correlatos à Mamografia. Porém, não adianta equipar os hospitais se as mulheres não comparecem aos exames. “Infelizmente temos notado uma porcentagem muita alta de mulheres que agendam a mamografia, mas não comparecem aos exames”, comenta Francisca de Paula Harley, presidente da Américas Amigas.
Embora os números de absenteísmo variem conforme a instituição, o bairro e município onde o equipamento está instalado, a situação é preocupante de modo geral. Como consequência, além do equipamento ficar ocioso, a mulher perde a chance do diagnóstico que salva vidas. Uma outra conseqüência do absenteísmo é que as pacientes que estão no fim da fila deixam de antecipar seus exames ou precisam aguardar um tempo maior para agendar sua mamografia.
“Todos os problemas ocasionados pelo absenteísmo nos preocupam muito, por isso lançamos a campanha nessa data simbólica. Estamos trabalhando para que essa situação seja revertida, pois nós nos preocupamos com as mulheres que deixam de realizar seu diagnóstico. Algumas não o fazem com medo de que o exame doa, ou por não terem como se ausentar de casa ou do trabalho. É por isso que queremos conscientizá-las da importância do exame e ajudá-las a terem acesso a ele”, completa Francisca de Paula Harley.
Absenteísmo
O não comparecimento a exames agendados não é uma exclusividade da mamografia. Segundo dados do Sistema de Saúde da Marinha, por exemplo, há uma incidência de absenteísmo de 25% nas mais diversas Organizações Militares de Saúde e, até mesmo, nas Organizações de Saúde Extra-Marinha.