Por todo o mundo, o assunto que vem tomando a capa das revistas, jornais e portais é o novo coronavírus. O novo vírus já afeta países em todos os continentes, fazendo com que a OMS declarasse a doença como uma pandemia.
Embora a taxa de mortalidade não seja considerada alta, os números de vítimas fatais aumentaram consideravelmente nos últimos dias devido ao crescimento do contágio. Portanto, é preciso ter o máximo de cuidado possível.
Além da facilidade de proliferação do vírus, existe um outro ponto de extrema importância que tem sido reafirmado a todo momento: os grupos de risco. Além de idosos, pacientes com câncer precisam tomar cuidados extras devido à baixa imunidade causada, muitas vezes, pelo tratamento contra a doença.
Separamos alguns cuidados que devem ser tomados por pacientes oncológicos durante a quarentena. Acompanhe:
Contaminação
Mesmo estando classificado em um ou mais grupos de risco, a forma de contaminação e a probabilidade de contrair a doença são as mesmas, segundo Luis Fernando Aranha Camargo, médico infectologista do Hospital Albert Einstein e da Universidade Federal de São Paulo.
O grande problema é qual o impacto o vírus pode ter nessas pessoas e a gravidade dos sintomas desenvolvidos por quem já está com a saúde fragilizada. Segundo a OMS, a taxa de mortalidade nos pacientes com câncer chega a 5,6%, mais que o dobro da média geral, que aponta para 2,3%.
As orientações para evitar a contaminação são as mesmas para todos, seguindo os protocolos orientados pela própria Organização Mundial da Saúde. Higienizar as mãos, cobrir a boca e o nariz ao espirrar ou tossir com o antebraço são medidas essenciais. Além disso, o isolamento social tem sido adotado em todo mundo como forma de evitar que o vírus se alastre.
Para pacientes em tratamento contra câncer e seus familiares, é de extrema importância que esses cuidados sejam ainda mais reforçados.
Pacientes em tratamento e já curados
Ainda segundo o infectologista, pacientes que já passaram por tratamento e estão curados do câncer geralmente apresentam quadros imunológicos similares às pessoas que nunca tiveram a doença, portanto, não há necessariamente um risco mais grave.
É importante, no entanto, seguir as orientações de isolamento social e higiene e ficar atento aos sintomas, visto que a situação pode variar de caso para caso. Pacientes em tratamento podem estar mais suscetíveis à forma mais grave do risco, portanto as medidas de prevenção devem ser redobradas.
Segundo André Murad, oncologista e pós doutor em genética, o aumento nas chances de contração da forma mais agressiva do vírus se dá tanto pela própria doença quanto pelo tratamento.
A quimioterapia e radioterapia atuam atacando tanto as células cancerígenas quanto as células de defesa, o que torna o sistema imunológico mais fraco e reduz a força de combate do corpo contra infecções.
Recomendações
No momento atual, as recomendações valem para todos, estando em quadro de risco ou não. Evitar idas ao pronto-socorro sem necessidade eminente e principalmente seguir as orientações de higiene para o paciente e as pessoas com que ele for ter contato é fundamental.
Ao contrário do que alguns pacientes podem pensar, a paralisação do tratamento de quimioterapia ou radioterapia não é recomendável para fortalecer o corpo em combate ao coronavírus. Segundo o oncologista Leandro Ramos, o interrompimento do tratamento só deve ser realizado caso o médico especialista constate a real necessidade da suspensão.
Com o tratamento interrompido, há grandes chances do retorno do câncer, enquanto o coronavírus pode ser combatido de forma mais intensiva mesmo durante o tratamento com radioterapia e quimioterapia.
O COVID-19 está afetando o mundo inteiro e as vidas de bilhões de pessoas. As orientações devem ser seguidas por todos, em especial pessoas que se enquadrem em grupos de risco. A luta contra o câncer já é, por si só, uma batalha para o paciente, familiares e amigos e, deve-se ter cuidado redobrado para evitar que o quadro possa se agravar em momentos como este.
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